sábado, 25 de março de 2017

OS DOIS LADOS DA MOEDA OU DA MORDIDA?

        Você sabia que a criança inicia sua aprendizagem pela boca?
É por esse motivo o que pega vai direto à boca. Não importa quantas vezes você a repreenda, ela continuará a experimentar tudo, e isso é natural e, de certo modo, saudável, uma vez que a faz adquirir imunidade.
Assim, a mordida entra na vida da criança. Geralmente, a primeira experiência se dá no seio da mãe e, logo após, com os brinquedos. Tudo acontece com o objetivo de sentir e explorar a textura, a forma, o gosto do mundo que a cerca.
Mas, de repente, o problema surge: o “nhac” em um coleguinha! A mordida é uma situação muito embaraçosa para ambas as famílias: a do que morde fica sem saber como agir e a do mordido, muitas vezes, age impulsivamente, ensinando a criança a revidar.
    Primeiramente, precisamos compreender os motivos que levam a criança a morder. Abaixo, algumas causas estão listadas:
  • Até os 3 anos, geralmente, as mordidas estão relacionadas à disputa de brinquedos,pois como a criança ainda não consegue expressar a clareza o que sente, usa a ferramenta que tem ( dentes) para conseguir o que quer e, assim, se livrar facilmente da situação incômoda.
  • Nem toda mordida está relacionada a disputas e brigas; quando a criança gosta muito de alguém  e não consegue expressar-se , pode vir a morder também.
  • Logo após a primeira mordida, a criança percebe que pode comunicar descontentamento com ela ou, simplesmente, pode utilizá-la para chamar a atenção dos adultos.
  • Outro motivo pode ser a simples imitação. Muitos adultos brincam com as crianças de dar “mordidinhas”, expressando com elas o quanto gostam da criança. Esta, por sua vez, reproduz o comportamento; porém,sem a noção da força que deve ser utilizada na brincadeira.

      Assim que a criança vai se apropriando da linguagem falada, é esperado que a mordida vá ficando de lado. Porém, existem algumas medidas que auxiliam a diminuir a incidência dessa situação. Leia-as seguir:
  • Ajude a criança a expressar os sentimentos que geraram a mordida. Se ela se negar a falar, incentive-a com perguntas. Mas, não responda por ela.
  • Valorize e dê importância também aos comportamentos positivos.
  • Quando presenciar a mordida, não faça escândalos  e nem dê sermões demorados; será melhor se  abaixar na altura da criança e falar firmemente: “Isso dói”!; “Não pode!”.
  • Pesquisas informam que não há relação entre as crianças que mordem e adultos violentos. Precisamos encarar essa como mais uma fase do desenvolvimento infantil.

Você pode estar pensando: Mas, e o meu filho? Ele sempre será mordido?
Com certeza, as marcas da mordida no seu pequeno doem muito mais em você do que nele mesmo. É preciso calma para resolver a situação! Compreenda que a criança que morde não o faz porque é má e que, na vivência do grupo, é normal que isso aconteça. Logo, logo, seu filho irá descobrir como se defender e se impor aos coleguinhas. Não incentive a agressão e o revide. Oriente a criança a expor a insatisfação e a dor que sentiu ao ser mordida.
Você sabia que as mordidas acontecem tão rapidamente e espontaneamente na sala, que o professor, muitas vezes, não consegue evitar que elas aconteçam?Isso não  significa que o professor  está desatento. Toda mordida deve ser analisada no contexto em que aconteceu.
Se ainda restam dúvidas sobre o tema, converse com os professores, direção ou com o pediatra de seu filho.

 Com carinho,
Coordenação pedagógica.